O processo de conversão das terras naturalmente ocupadas com coberturas vegetais nativas, transformadas em espaços produzidos pela atividade agropecuária, é extremamente dinâmico e de alta intensidade no território brasileiro.
Na atualidade, 70% a 80% das terras cobertas por vegetãção de cerrados no território brasileiro estão convertidas em pastagens plantadas com capim braquiária e campos agrícolas de cultivo mecanizado. Nas três últimas décadas, transformou-se a grande área dos campos cerrados do Brasil central de pecuária extensiva de cria para pecuária de cria e corte, e as pequenas roças com agriculturas de subsistência de milho, mandioca e feijão em extensas áreas de monocultura de soja, milho e, mais recentemente, algodão, com a mais avançada tecnologia agrícola, colocando o Brasil entre os maiores produtores mundiais de grãos.
Outro aspecto importante no processo de ocupação do cerrados em comparação com as florestas é a facilidade de conversão da vegetação natural em pastagem ou em campo de cultivo. O volume bem menor de biomassa, menor tamanho e densidade de árvores facilitam o desmatamento com o uso de máquinas agrícolas pesadas.
A ocupação mais recente dos campos cerrados do Brasil central pela pecuária de cria e corte, em pastagens plantadas e com agricultura mecanizada, transformou radicalmente os espaços agronaturais, surgindo inúmeras cidades, núcleos agroindustriais, levando à criação de emprego e renda a milhões de brasileiros e inserindo extensa área do território em terras agrícolas e pastoris altamente produtivas.
Referência Bibliográfica: Ross, Jurandy. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental/Jurandi Ross. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
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